quarta-feira, janeiro 17, 2007

Por Eduardo Sande(nº10)

Duas séries de sonhos marcam, no decorrer de minha análise, os caminhos da autorização. Na primeira série, dirijo um carro, encontro uma blitz. Estou sem documentos. O sonho do aeroporto faz parte desta série. Na segunda série, divido espaços com minha analista. Na sala de atendimento, em um imenso colchão, tomando‑lhe a cadeira. Do exterior, o outro demanda o início da clínica. Pergunta, sugere, interroga: quando sua clínica vai começar? – Então, tenho que começar uma clínica? Já como analista, um fragmento: atendo um perverso. Em uma sessão, enquanto fecho a porta do consultório, corre e senta na minha cadeira. – Hoje, o analista vou ser eu, diz. Sento na cadeira do analisante. – Será que você agüenta ouvir?, pergunto. Rápido ele devolve minha cadeira.

Eduardo Sande