Uma cena particularmente importante: somos quatro pessoas. Duas compartilham comigo o início das atividades de um novo projeto. De quem é o desejo que movimenta os acontecimentos?
Uma das pessoas, vou chamá‑la de ‘A’, deve funcionalmente executar determinados procedimentos. Inscrever a pessoa ‘C’, receber o pagamento da inscrição. Não o faz de imediato. Parece precisar um tempo.
Decorrido um tempo relativamente grande, insito‑a a realizar os atos correspondentes. Por que devo ser aquele a partir do qual a atividade se inicia?
Quando finalmente ‘C’ termina de preencher a ficha de inscrição, ‘A’, olhando para mim, pergunta: ‘Cobro? Agora?’. Por que estou no lugar de intermediação deste desejo?
Quando insitada a fazer o pagamento, ‘C’ diz que só tem cheque. Pergunta se deve pagar mesmo assim. Parece que o sujeito vacila diante de seu próprio desejo. Argüi ‘B’ com o olhar. ‘B’ parece não estar à vontade. Diz: ‘Como ficar mais cômodo para você’.
Neste momento intervenho: ‘Faça o cheque’. Intervenção que corta a cena. O cheque é feito.
Cena cotidiana com suas conseqüências. Sobre ela ainda escreverei muito no mundofreudiano. Adianto: está é uma cena fantasmática.
Eduardo Sande
1 Comments:
Idiota quem dá um cheque para um filho da puta que nem você.
Postar um comentário
<< Home